Radamés (foto José Reis)
Para quem não sabe, shape é a superfície do skate no qual o atleta ou amador posiciona os pés para praticar a atividade física. Outra coisa que talvez poucas pessoas sabem é que esse material pode ser feito em casa, revitalizado ou até mesmo utilizado para a construção de móveis. Desde ontem, em Presidente Prudente, quem está dedicado a ensinar isso é o skatista paulistano Radamés Góes, na “Oficina - Shape de Skate Artesanal”, iniciada ontem, mas que continua hoje no Sesc Thermas. Além de falar sobre o esporte, o atleta vai abordar a revitalização e reaproveitamento do material.
E para que isso aconteça, Radamés explica que a técnica, que também busca impulsionar a criatividade, é ensinada passo a passo, até concluir todo o processo: desenvolvimento do projeto, escolha de materiais, técnicas usadas para corte, ferramentas, moldes, furações, lixas, acabamentos e pintura da peça. A “receita”, como dita pelo skatista, é válida tanto para a construção do shape quanto do aproveitamento para móveis, no caso, cadeiras.
Questionado sobre como surgiu a ideia, o paulista conta à reportagem que sempre observou o descarte de shapes antigos e “velhos”, e viu que poderia reaproveitar. “Eu busco mostrar que isso é possível ser feito por qualquer pessoa, já que são utilizadas técnicas de marcenaria caseira, ou seja, quem realmente quer fazer consegue”, pondera. Ademais, Radamés fala da oportunidade de desenvolver tal talento e da vontade que sempre teve de atuar como artesão nasceu logo no início da carreira de skatista.
E por falar em história, antes de tudo, o que é repassado para os participantes é a trajetória do esporte até aqui, a origem dos materiais e a motivação de tudo. Aliás, há um ano já com essa modalidade de restauração, ele lembra que já conseguiu parcerias com empresas e marcas que realmente ajudam na revitalização.
Oimpíadas 2020
A oficina, apesar de não ser voltada para o ensinamento e prática de andar de skate, também aborda a história do esporte, que já possui novidades. Nas Olímpiadas de Tóquio, em 2020, a modalidade entra pela primeira vez na história como atividade competidora. Sobre isso, Radamés felicita e já possui até ideias sobre isso. “Juntamente com o Sesc, eu espero futuramente trazer uma nova oficina com exposição de esculturas, temáticas e alusivas aos Jogos Olímpicos”, ressalta.
A respeito da futura possível performance brasileira, ele aposta em uma resultado positivo, uma vez que acredita na seleção brasileira como “uma das mais fortes no esporte”. Para ele, de modo geral, o país tem essa característica de praticar a modalidade, e é um dos “que mais cresce” no cenário mundial. Por outro lado, ele lamenta a falta de investimento em empresas fabricantes do país. “O interesse dos atletas profissionais é maior nos materiais internacionais. Falta incentivo”, acentua.
Histórico
Skatista desde os 13 anos e dono de uma fábrica de skates artesanais há 20 anos, Radamés firma essa relação com o esporte há 25 anos e lembra a vontade de viajar e apresentar seu trabalho. O hoje paulistano é, na verdade, natural de Penápolis (MG).
SAIBA MAIS
Em momentos de mar sem ondas, os surfistas californianos da década de 1950 queriam arrumar algo para fazer. Assim, surgiu a ideia de pegar pranchas de madeira e colocar algumas rodinhas de patins embaixo, dando origem ao skate.
Fonte: Sesc Thermas
SERVIÇO
A oficina para desenvolvimento dos shapes e reaproveitamento em móveis continua hoje, das 13h às 17h, no Bosque do Sesc Thermas. A Classificação é 12 anos, assim como a “Vivência - Skate Street Para Todos”, que também pode ser realizada no local. Todas as atividades são gratuitas. A unidade de Presidente Prudente fica localizada na Rua Alberto Peters, 111, no Jardim das Rosas.
Fonte Jornal O Imparcial
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