No título da coluna poderia constar também que o “chute no traseiro” é que provocou a situação vivida esta semana, em Zurique, com a visita da imensa comitiva comandada pelo ministro do Esporte do Brasil, Aldo Rebelo. Um comitê sem governo e sem dinheiro do governo era o que pregava Ricardo Teixeira, o todo-poderoso presidente da CBF e do Comitê Organizador Local (COL), isso logo depois da escolha do Brasil para sediar a próxima Copa do Mundo, ou seja, ainda em 2007. Por motivos já comentados e sobejamente conhecidos tal promessa jamais se confirmou.
Veio a crise na CBF e por vias transversas o lugar de Teixeira, então dono de tudo, hoje é de Marin que nem compareceu. Um comitê com governo e com dinheiro jorrando das tetas oficiais foi o acordo entre Aldo Rebelo e Joseph Blatter nesta semana oficializando o que já era praticado. Ficou claro que a Fifa confia mais no governo de Dilma Rousseff do que na CBF ou no COL. Ao mesmo tempo em que era indicado um representante oficial do governo para integrar o COL não havia no local nem sombra do presidente da CBF e que agrega também o cargo de presidente desse órgão. Quer dizer, sombra havia. Seu nome? Marco Polo Del Nero. De seu apetite vai depender muita coisa já que será o representante da Fifa em lugar de Jérôme Valcke. É brasileiro, mas será apenas coadjuvante já que a perspectiva é que o governo assuma de fato e de direito as rédeas de toda a movimentação. Vejam que a ideia veio da Fifa e com ela concordou Aldo Rebelo, que é governo e não COL e com toda a cautela que o caracteriza deixou o passado no passado e preferiu esperar os resultados do futuro. Acontece que com respeito às próximas Copas, do Mundo e das Confederações, o futuro já chegou. O discurso de que “não há atrasos para a Copa” foi outra vez a tônica do nosso pouco falante ministro. A Fifa sabe, e nós também que isso não é verdadeiro. É bom lembrar que no COL ainda há lugar para muita gente que foi fumar o cachimbo da paz ao lado de Rebelo só para sair nas fotos. Ronaldo, Bebeto e tantos mais que nada fazem e ainda participam de uma “entourage” que não apita nada. Pelé, indicação pessoal de Dilma Rousseff onde estava? Menos mal, porém, que o clima de tensão baixou depois do encontro de Zurique. Mas, ficou a certeza de que com a negativa para a vinda de Valcke para apertar sua mão o ministro brasileiro foi lá para dar a outra face ao mesmo. Espero que tenha sido apenas a face e não uma nova exposição do chutado traseiro. Porque o chute aconteceu e o seu efeito aí está. Flávio Araújo é jornalista e radialista prudentino, escreve aos domingos neste espaço | |
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domingo, 13 de maio de 2012
Charanga Domingueira
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